O que são Tendências Pedagógicas?

Classificação e Características das Tendências Pedagógicas na Educação

As Tendências Pedagógicas são como as cores de um arco-íris educacional, cada uma representando uma abordagem única e vibrante para o ensino. Elas surgem em resposta às mudanças sociais e às necessidades educacionais dos alunos, incorporando estratégias, tecnologias e princípios pedagógicos inovadores. Cada tendência é como uma lente através da qual vemos a educação, moldando a maneira como ensinamos e aprendemos.


Elas são classificadas em liberais e progressistas, cada uma com suas próprias nuances e características. As tendências liberais, por exemplo, preparam o aluno para seu papel na sociedade, enquanto as progressistas buscam uma educação sociopolítica. Assim, as Tendências Pedagógicas são mais do que apenas teorias, são a essência da prática educativa, influenciando diretamente a qualidade do ensino e a preparação dos alunos para os desafios do mundo contemporâneo.


As tendências pedagógicas, de maneira geral, são um conjunto de pensamentos de filósofos e autores a respeito da educação e como ela é compartilhada.


Os professores Saviani e Libâneo nos mostram que as principais tendências pedagógicas se dividem em duas linhas de pensamento pedagógico, sendo elas liberal e progressista. Vamos conhecer um pouco mais sobre esses dois modelos?


Tendência Pedagógica Liberal


Na pedagogia liberal, o indivíduo deve se adaptar às normas e valores da sociedade de classe. O papel da instituição de ensino, nesse modelo, é preparar as pessoas para que elas desempenhem papéis sociais. Existem 4 tendências pedagógicas liberais, vamos conhece-las.


Tradicional


Surgiu no Brasil com os Jesuítas em 1549 e ficou em evidência até meados do início do século XX. Vale ressaltar que nesse caso o nome “liberal” não é sinônimo de democrático, o professor é visto como figura central e o aluno como receptor do conhecimento que é passado. Sua metodologia é baseada na memorização e seu foco está no conhecimento intelectual.


Segundo Saviani, a educação tradicional tem o papel de difundir a instrução e transmitir os conhecimentos acumulados pela humanidade. Temos como representante dessa tendência o filósofo Johann Friedrich Herbart.


Liberal renovada progressivista


Surgiu no Brasil por volta dos anos 20 e 30. John Dewey é um dos principais representantes dessa tendência, para ele o ensino deveria ser pela ação e não pela instrução.


O filósofo norte americano influenciou a elite brasileira com o movimento da Escola Nova. O professor assume um papel de elaborar situações desafiadoras de aprendizagem e passa a atender as necessidades individuais dos alunos. Partindo da ideia de renovar o ensino, sua metodologia consiste em experimentos e pesquisas e defende a escola pública para todas as camadas da sociedade.


Liberal renovada não-diretiva


Inspirada em Carl Rogers, que trouxe a psicologia para dentro do processo educativo, teve origem na Europa e América do Norte. Foi um movimento de reforma na educação e teve início no fim do século XIX e se fortaleceu nas primeiras décadas do século XX.


Há uma maior preocupação com o aluno, não só no que diz respeito com o desenvolvimento da personalidade, mas também com o autoconhecimento e realização pessoal. O professor conduz o estudante no processo de aprendizagem com o mínimo de interferência possível.


Tecnicista


A escola se preocupa em produzir pessoas competentes para o mercado de trabalho. Os conteúdos objetivos ganham destaque e sua metodologia é baseada nas teorias comportamentalistas. Essa tendência foi introduzida no Brasil no final da década de 1960, sob a força do regime militar no país.


Os principais objetivos eram implementar o modelo empresarial na escola e atender aos interesses da sociedade capitalista, inspirada na teoria behaviorista de Skinner, que traz como verdade inquestionável a neutralidade científica e a transposição dos acontecimentos naturais à sociedade. As leis 5540/68 e 5692/71 são marcos da implantação do modelo tecnicista.


Constituição de 1988 trouxe avanços nos direitos dos cidadãos brasileiros para educação e a saúde. A sua promulgação resultou em uma reformulação de ensino, sendo assim, pode-se dizer que a Constituição foi um divisor entre a pedagogia liberal e a progressista.


Tendência Pedagógica Progressista


Segundo Libâneo, a pedagogia progressista designa as tendências que, partindo de uma análise crítica das realidades sociais, sustentam implicitamente as finalidades sociopolíticas da educação. Libâneo divide a Pedagogia Progressista em três tendências.


Progressista libertadora


Essa tendência é resultante dos movimentos de educação popular, ocorridos entre o final da década de 70 e começo de 80, que se confrontavam com o autoritarismo e a dominação social e política. O professor age como o um coordenador de atividades, aquele que organiza e atua conjuntamente com os alunos e a atividade escolar foca em discussões de temas sociais e políticos e em ações concretas sobre a realidade social imediata.


Essa tendência esteve muito mais presente em escolas públicas de vários níveis e em universidades, do que em escolas privadas. O educador Paulo Freire é um grande representante dessa tendência.


Progressista libertária


Teve como fundamento principal realizar modificações institucionais. Ela defende e estimula a participação em grupos e movimentos sociais e suas ideias surgem a partir da abertura democrática. A metodologia aqui é a própria autogestão, tornando o interesse pedagógico intrínseco às necessidades e interesses do grupo.


O pedagogo francês Célestin Freinet diz que a pedagogia libertária fornece a formação de um ser social que atua no presente e que defende o respeito e crescimento de uma sociedade cooperativa.


Progressista crítico social dos conteúdos ou histórico-crítica


Defende que a função social e política da escola deve ser assegurar, através do trabalho com conhecimentos sistematizado, a inserção nas escolas das classes populares garantindo as condições para uma efetiva participação nas lutas sociais.


Essa tendência prioriza o domínio dos conteúdos científicos, a prática de métodos de estudo, a construção de habilidades e raciocínio científico, como modo de formar a consciência crítica. Sua metodologia defende a ideia de que o ponto de partida no processo formativo do aluno seja a reflexão da prática social. Apesar de serem tendências distintas, Libâneo e Saviani se basearam nos mesmos autores para montar suas ideias.


Resumo sobre as Tendências Pedagógicas


Vale destacar alguns pontos distintos entre a tendência libertadora e libertária: enquanto na libertária os conteúdos são colocados à disposição mas não são cobrados, os conteúdos da libertadora são retirados a partir de temas geradores e o professor e aluno são igualmente importantes. Outro ponto divergente é o fato da libertária valorizar a vivência grupal, e a libertadora valorizar a discussão grupal e debates.

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Sara Moreira

em 25/11/2024 às 20:37

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