Educação Inclusiva para concursos de pedagogia

A Educação Inclusiva é um assunto que ganha mais importância e espaço no debate da educação nacional. Está presente nas salas de aula, na diretoria das escolas, nos cursos de pedagogia e nos concursos da área.


Nascida da percepção de professores, pais e sociedade em geral, essa nova forma de educação busca ser um instrumento de cisão de discriminações e visa eliminar conceitos arcaicos de décadas atrás, como a existência de escolas normais “regulares” e colégios especiais.


Obviamente, a Educação Inclusiva é um tema complexo e que precisa ser muito bem entendido. Seja você um professor, um diretor escolar, conselheiro pedagógico, enfim, um profissional ou interessado ligado à área educacional.


Pensando nisso, preparamos este conteúdo exclusivo e completo para sanar todas as suas dúvidas.


Saiba agora o que é a educação inclusiva, seu surgimento, objetivos e princípios fundamentais, como é trabalhada nas escolas e, claro, sua presença em questões de concursos de pedagogia.


O que é a Educação Inclusiva?


Podemos entender a educação inclusiva como uma concepção contemporânea de ensino que entende que todos possuem direito à educação.


Ela presume que ninguém pode ser privado da educação, do ensino e do aprendizado, independente de quaisquer necessidades ou diferenças. Sejam estas sociais, étnicas, raciais, culturais, físicas, sensoriais e de gêneros entre seres humanos.


Embora seja uma concepção contemporânea, a educação inclusiva possui bases definidas desde a Constituição Federal do Brasil de 1998.


“Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola.


Art. 208. O dever do Estado com a Educação será efetivado mediante a garantia de: III – atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino (….)”.


A educação inclusiva é regida, essencialmente, por cinco princípios fundamentais, que norteiam suas bases de funcionamento.


Estes cinco princípios são:


  • Toda pessoa tem o pleno direito de acesso à educação;
  • Toda pessoa aprende;
  • O processo de aprendizagem de cada pessoa é singular;
  • O convívio no ambiente escolar beneficia a todos;
  • A educação inclusiva diz respeito a todos: professores, diretores, família, sociedade, etc.


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Qual a importância e o objetivo da educação inclusiva no ensino de alunos especiais?


Depois de entender o que é a educação inclusiva, nada mais natural que compreender a sua importância, não é mesmo?


A escola é, para a maioria das crianças, o primeiro ambiente para o contato social depois da família. É onde as crianças começarão a conviver com pessoas diferentes, interagir em sociedade e, obviamente, aprender novos conhecimentos e lições.


Logo, é fundamental que esse ambiente seja amplamente inclusivo. Ou seja, o aluno deve ter os meios adequados para interagir com colegas de sala, professores e outros profissionais da escola, sem dificuldades ou discriminações.


As diferenças de crenças, valores, opiniões e costumes precisam ser entendidas como naturais e partem da personalidade de cada aluno.


A singularidade dos alunos deve ser sempre respeitada e bem-vinda em sala de aula. Os professores, entretanto, devem saber como trabalhar a inclusão do aluno e o respeito às suas singularidades e diferenças de cada aluno em classe.


Nesse contexto, a educação inclusiva é importante pois ajuda a garantir um ambiente escolar livre de preconceitos, bullying e que aceite a pluralidade de cultura e ideias.


Como surgiu a educação inclusiva?


De forma geral, a educação inclusiva teve seu início nas escolas tendo como marco a Declaração de Salamanca, no ano de 1994.


Essa declaração foi o primeiro documento a tratar em detalhes das necessidades educativas especiais. No entanto, a ONU já falava sobre a necessidade de promover a igualdade e direito de acesso universal à educação.


A Declaração de Salamanca, de forma resumida, demandou que os estados garantissem que a educação de pessoas com deficiência fossem integradas ao sistema educacional.


A declaração também trouxe a noção da singularidade do indivíduo. No Brasil, as discussões sobre a necessidade de inclusão no sistema educacional começaram na década de 70.


No entanto, a educação inclusiva só começou a aparecer com maior frequência nas principais publicações ligadas à educação nacional em 2001.


Neste mesmo ano, o Plano Nacional da Educação (PNE) destacou que “o grande avanço que a educação deve produzir será a construção de uma escola inclusiva que garanta o atendimento à diversidade humana”.


Desse ponto em diante, a educação inclusiva no Brasil teve vários avanços importantes. Como por exemplo:


  • Formação de profissionais docentes voltados para o trabalho com a diversidade;
  • Reconhecimento da Língua Brasileira de Sinais (Libras) como um meio legal de comunicação e expressão;
  • Ensino e difusão do sistema Braille.


Em 2003, o Ministério da Educação (MEC) oficialmente implementou o Programa de Educação Inclusiva (PCI). Desde então, novos avanços surgiram dentro do âmbito da educação com respeito à inclusividade.


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Educação inclusiva e educação especial: quais são suas diferenças?


É importante saber diferenciar o que educação inclusiva e educação especial são exatamente. Afinal, esses dois conceitos ainda são muito confundidos, vistos como a mesma coisa.


Educação Especial é o ramo da educação voltado para o atendimento e ensino de pessoas com deficiência. Por muito tempo, o ensino especial foi praticado em escolas diferenciadas, justamente para atendimento de alunos com deficiência.


A educação especial perpassa por todas as etapas, níveis e modalidades da educação. Já a Educação Inclusiva é muito mais abrangente e é possível afirmar que a educação especial está inserida nela.


Na educação inclusiva, todos os alunos, com deficiência ou não, são integrados em um mesmo ambiente de ensino. Ela atende alunos especiais junto aos que não possuem tais necessidades específicas, rompendo com as chamadas escolas especiais.


É perfeitamente possível considerar a educação inclusiva como uma evolução na forma como se dá educação a alunos especiais. Especialmente, pelo fato de ela atender as necessidades desses alunos, enquanto não os separa do convívio com colegas que não possuem tais necessidades.


Como a educação inclusiva é trabalhada nas escolas


Agora que você já sabe o que é a educação inclusiva, sua importância e seus princípios gerais na educação, é hora de avançar mais um passo: entender como essa metodologia de educação é aplicada e desenvolvida dentro dos ambientes escolares.


De modo geral, o primeiro passo para a implementação da educação inclusiva é romper a separação de estudantes. Ou seja, acabar com a separação de alunos com necessidades especiais de aprendizagem, ou deficiências, de alunos que não possuem tais necessidades.


Depois, deve-se então trabalhar atividades, práticas e abordagens, que permitam a ambientação plena desses alunos e favoreçam seu desenvolvimento em conjunto com os estudantes que não possuem necessidades especiais. Que são as chamadas práticas inclusivas.


O que são práticas inclusivas?


As práticas inclusivas podem ser consideradas como atitudes, ações ou mesmo atividades que promovam a inclusividade em sala de aula. E que devem ser trabalhadas no dia a dia da turma pelo professor ou professora.


Abaixo, conheça três práticas inclusivas fundamentais que todo pedagogo deve trabalhar em sala para proporcionar um ambiente inclusivo:


  • Educação Inclusiva como rotina diária: a instituição de ensino, junto ao professor ou professora em sala de aula, deve trabalhar o ensino de forma igual para os estudantes especiais e normais. Além disso, a inclusividade deve ser promovida e estimulada entre os estudantes diariamente, na sala de aula e em toda a escola.


  • Em sala de aula, o ritmo de cada aluno deve ser respeitado: o professor deve tratar todos os alunos como iguais no seu esforço para ensinar. No entanto, ele sempre deve trabalhar o ensino respeitando o ritmo de aprendizagem de cada um dos seus alunos. E ainda, mantendo sempre a sua independência para se desenvolver.


  • Foque nas competências, e não nas dificuldades de cada aluno: todo professor que deseja ser inclusivo em sala de aula precisa se atentar, principalmente, às competências de cada aluno, seus pontos fortes, e não as suas dificuldades de aprendizagem, especialmente dos estudantes com Necessidades Educacionais Especiais (NEEs).


Ensinar alunos que possuem alguma limitação especial não é facilmente dominado, não é do dia para noite. Mas a prática diária e persistente de qualquer professor consegue, com o tempo, vencer as dificuldades. E, assim, de fato incluir alunos especiais em uma sala de aula regular.


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Afinal, o que é uma escola inclusiva?


Uma escola inclusiva pode ser definida como nada mais que um simples colégio normal, regular, com um detalhe.


Essa escola acolhe, ensina e educa TODOS OS TIPOS de alunos, independente de suas diferenças ou necessidades especiais de aprendizagem. Nessa escola, são criadas situações que favoreçam os diferentes estilos e ritmos de aprendizagem dos alunos.


Uma escola que preza pela inclusão também deve fornecer aos alunos recursos diferenciados indispensáveis ao aprendizado dos alunos. Além de adaptações físicas do ambiente escolar, professores especialistas e da aceleração de conteúdos para os alunos.


Principais desafios da educação inclusiva


educação inclusiva ainda é relativamente nova no Brasil. Por isso, sua implementação ainda encontra um grande número de obstáculos a serem superados.


Um dos maiores, se não o maior, desafio da educação inclusiva é a falta de preparo e capacitação de profissionais aptos a lidar com alunos especiais. Por exemplo, o número de professores especializados em Braile ou Libras ainda está muito abaixo do que a demanda na rede de ensino.


Outro grande desafio para a educação inclusiva no Brasil é a dificuldade de formar uma rede de apoio entre as escolas que facilite sua implementação. Algo que deve ser solucionado pela sensibilização de funcionários, professores e alunos que convivem no ambiente escolar.


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Para se preparar: 3 questões de concursos sobre Educação Inclusiva


Para finalizar, veja alguns exemplos de questões de concursos públicos onde a educação inclusiva é abordada.


Questão 1

De acordo com Carvalho (2004), para promover a educação inclusiva, precisamos:


a) enfrentar os mecanismos de exclusão existentes no sistema educacional, ampliando-o, diversificando suas ofertas, aprimorando sua cultura e práticas pedagógicas e, principalmente, articulando-o com todas as políticas públicas.


b) criar a cultura da inclusão com urgência, para que todos os portadores de necessidades especiais tenham condições de conviverem com crianças consideradas no padrão de “normalidade”.


c) incluir concretamente: colocar os portadores de necessidades especiais nas turmas de ensino regular, pois a integração, realizada há um longo tempo no sistema, está superada e não oferece os benefícios da convivência.


d) inserir o aluno com necessidades especiais numa turma de alunos ditos “normais”, como meio fundamental de garantir o exercício do convívio entre as diferenças, numa sociedade plural como a brasileira.


e) eliminar a exclusão dos portadores de necessidades especiais, grupo que não foi alcançado pelas medidas de inclusão que obtiveram sucesso com alunos do Ensino Fundamental, conforme mostram as estatísticas de pesquisas na área.



Questão 2

A Educação Inclusiva não deve ser confundida como Educação Especial, porém, a segunda está inclusa na primeira. Em outras palavras, a Educação Inclusiva é a forma de:


a) Promover a aprendizagem e o desenvolvimento de todos.

b) Inclusão de jovens e adultos no ensino médio.

c) Promover a aprendizagem de crianças somente na educação infantil.

d) Inclusão de crianças no ensino fundamental.



Questão 3

A Declaração de Salamanca é um documento internacional que apresenta proposições sobre:


a) Propostas de educação em Direitos Humanos.

b) Orientações de Educação para o trabalho coletivo e sustentável.

c) Propostas para uma Educação inovadora para o século XXI.

d) Perspectivas para uma educação inclusiva.




Gabarito das Questões


Questão 1 – Resposta: A

Questão 2 – Resposta: A

Questão 3 – Resposta: D

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Sara Moreira

em 17/01/2024 às 08:52

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